terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os outros escrevem e descrevem aquilo que eu não consigo dizer

"Chegara a uma fase da vida em que não me conseguia nem explicar, nem deduzir, nem demonstrar. Era uma esquizofrenia esquisita, que talvez não decorresse de nenhuma razão determinada, mas de uma série de acontecimentos acumulados cuja digestão nunca me permitira fazer. Sim, era isso: numa síntese prosaica, era uma paragem de digestão. Como se o meu corpo e o meu coração se recusassem a prolongar uma farsa, e o meu cérebro, subitamente conscinete da importância do tempo, se negasse a vivier sem ele. Não me referia ao tempo cronológico, mas à disponibilidade mental para todas aquelas coisas decisivas para a sanidade mental de uma pessoa como o tédio, o sono, a futilidade ou as funções biológicas."
"Nunca antes pensara nisso, mas, vendo melhor, «O que é que tens feito?» era uma pergunta sinistra."
"-Não tenho feito nada. Mexo-me muito, faço mil coisas por dia, chego sempre a casa extenuada, mas, por dentro, que é onde as coisas podem de facto avançar, mantenho-me de um imobilismo preocupante."
Uma mulher não chora - Rita Ferro

2 comentários:

Sentada na ponta da lua disse...

Li, este livro há alguns atrás e na altura indentifiquei-me tanto com o seu conteúdo!

Bjinho

soumaiseu.blogs.sapo.pt disse...

Este é meu! E detestei-o.... Ahahahahah! Talvez o volte a ler quando mo devolveres! Pode ser que mude de opinião! :-)

Bjinhos!

 

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