terça-feira, 22 de novembro de 2011

A crise, essa é só para alguns. Sim, digam-me algo que ainda não sei.

Sim, é verdade a crise não é para todos como o sol. Mas agora não me venham lá com lamechices de que isto está mal e tal quando vão passar uns dias ao estrangeiro, quando continuam a comprar coisas de marca, quando enchem carros e carros de brinquedos até e só porque estavam com descontos, quando pagam hoje com cartão de crédito e depois logo se paga.
A crise senhores sempre existiu, talvez não como esta mas sempre. Quem teve / tem poucos rendimentos sabe bem o que é a crise. Quem conta os tostões para dar de comer aos filhos sabe o que é a crise. Quem se aguenta para não chorar quando não pode pagar a porcaria de um chocolate ao filho ou dar-lhe um brinquedo de 1€ porque faz mossa no orçamento sempre viveu em crise.
Não me digam que crise é trazer o almoço de casa porque muita boa gente sempre trouxe.
Não me digam que crise é deixar de bebé o café na rua, ou fumar menos um maço de tabaco, ou comprar menos jornais e revistas isso é contenção nas despesas.
Não inventem a pólvora com reaproveitamentos porque sempre se reaproveitou, ou melhor lá por casa sempre se reaproveitou.
Crise é esperar á porta do apoio social da zona porque é com esses sacos que se enche a despensa.
Crise é comer só um e o outro passar com qualquer coisa porque a reforma não dá para mais e a farmácia não vende fiado.
Crise é ir para a cama de barriga vazia para que os filhos durmam de barriga cheia, tenham livros, cadernos, material escolar, roupas e sapatos só porque os senhores do apoio social acham que ir limpo e asseado à reunião é sinónimo de riqueza.
Crise é ter uma barriga enorme, fora da t-shirt de verão com um casaquito por cima (e sim muitas grávidas são calorentas) e distribuir panfletos debaixo de chuva porque o abono pre-natal não chega para tudo.
Crise é ter um filho com necessidades especiais e ter de depender da bondade dos outros para conseguir que esse filho tenha acesso a cuidados.
Essa crise sempre existiu, mas só agora falam dela. Só agora é que ela é evidente.
Cortes? Sim, fazemos todos, todos os dias. Uns mais outros menos. Como sempre. Como em todas as famílias.
Mas crise? Não me venham falar em crise e afins quando me mostram o telemóvel novo, a roupa de marca, as botas xpto e os planos de férias. Podem fazer-me esse favor? Fico-vos agradecida.

1 comentários:

Violet disse...

Subscrevo a 100% :) Felizmente lá em casa estamos na fase das contenções, mas dou muitas vezes por mim a pensar que queria/preciso de um casaco novo e de um corte de cabelo... mas não dá! Não qd se tem 2 filhas q crescem a olhos vistos e a quem não queremos que falte nada!
Dos filmes abaixo tb quero ver uns quantos! Vamos ver é quando é que os consigo ver! :)

 

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