terça-feira, 26 de abril de 2011

Sobre a tolerância de ponto

Então isso é que foi hã, uma fim-de-semana comprido?
Diga?
Pois, não sei se sabem mas o meu fim-de-semana foi comprido, longo, enorme porque na quinta-feira tive tolerância de ponto. Sabem, aquela que muitos tiveram, mas só os funcionários públicos, essa corja de inúteis, pode usufruir junto a feriados e ter um fim-de-semana grande.
Se mais alguém me disser o mesmo, eu expludo, rebento e solto a franga.
Porque tivemos prejuizos de milhões por causa de uma tarde. Sim, e o que se poupou em luz, telefones, etc?
Porque ficamos mal vistos em tempos de crise, mas já se sabe, os FP, a corja é mesmo assim.
Porque coitadinhos de nós (os outros) tivemos de trabalhar mais uma tarde que vocês.
Sim, me enganem que eu gosto.
A creche do meu filho não é "pública" e fecha a quinta-feira santa, sempre todos os anos, sem apelo nem agravo, porque é uma instituição católica, mesmo que os pais dos miudos (católicos ou não) não tenham com quem os deixar nesse dia e o patrão não permita um dia de férias em vésperas de feriado.
Sim, porque a culpa da crise é toda dos FP. Foram eles que fizeram empréstimos que não podem pagar, que fizeram mal uso de subsídios. Sim, porque recebem balurdios e toca a retirar do ordenado.
Pois, até não me importava de trabalhar de tarde sem o medo será que este mês há dinheiro para ordenados. Não me importava de não ter tido a tolerância sem ter de pensar que até recebia o subsídio em dinheiro e não em títulos, porque pasmem-se preciso dele para as contas.
Não me venham com a história da tolerência e disto e daquilo. Que no privado se trabalha muito, e que temos de dar o litro e tal, e que não temos tempo para internet, blogs, facebook e outros que tais.
É o FP a quem o superior diz que não pode ter uma avaliação de excelente, apesar de ter dado o litro, ter superado em grande os parâmetros de avaliação, ter feito horas extraordinárias (que não são pagas), porque a cota de excelentes está cheia, porque este ano vai para o colega que também se esforçou, porque não há dinheiro para prémios, que não pode progredir na carreira  que é culpado da crise, que é o preguiçoso que não trabalha pois teve uma tarde de tolerância. É a ele que se pede produtividade, que dê o exemplo, que seja altuísta pois nem vale a pena pensar na carreira por cauda da crise.
O que eu não sabia é que o Algarve, Alentejo e outros estavam cheios de FP com tolerância. Que os carros nas estradas eram só deles.
Eu já trabalhei no privado, tinha os tempos controlados, as chamadas telefónicas gravadas e com tempo controlado para resolver assuntos bicudos ou normais e também bebia o meu café, fazia as pausas e brincava com os colegas. Mas ai não é improdutividade, é apenas um momento de relaxe normal e necessário.
Pois....já me tinham dito. A culpa é toda deles, dos outros. Nunca nossa.

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