terça-feira, 26 de julho de 2011

Avós

Claro que tive avós, os meus pais não nasceram na chocadeira, mas não tive avós no verdadeiro sentido do termo, apenas a genética e a filiação os tornou meus avós.
Os maternos, por saúde, incapacidade de dar carinho, amor, quiça sentir afectos por natureza, educação, sei lá nem foram pais quanto mais avós. Sei quem eram, os seus nomes, um pouco das duas histórias e nada mais. O meu avô conheci-o era já doente mas lembro-me dele alto, muito forte e sempre com a bengala. A avó uma mulher de armas, lutadora enfrantando tudo e todos que sempren conseguiu o que quis mesmo só aprendendo a ler e escrever aos 50 anos. Pelo pouco que fui descobrindo não teve uma vida fácil, teve de casar com o meu avô, homem mais velho, apaixonado por ela mas ela não nutria nem nunca nutriu esse tipo de sentimentos em relação a ele, bem pelo contrário. Talvez com aquilo que vou sabendo tenha pena da vida que teve só não consigo compreender porque sempre fez separação dos filhos em termos de afectos só porque uns têm como pai o meu avó e os outros o homem que ela amou. Os filhos não escolheram o pai e não decidiram o seu casamento.
Os paternos longe, muito longe. Sei que foram avós por aquilo que vou sabendo deles, mas nada mais. Algumas histórias e falei com a minha avó ao telefone 3 ou 4 vezes.
Tenho pena mas não sinto exactamente a falta, nunca tive esse tipo de afecto para lhe sentir exactamente a falta. É mais a sensação de nunca ter tido aquilo de que todos falam nada mais.
Talvez por isso incentivo o contacto dos meus filhos com os avós que têm independentemente de certas situações, de ter de engolir sapos, respirar fundo ou contar até um milhão.
A minha mãe sei que ama os netos sem restrições, os seus meninos: ele o filho que não teve, ela uma segunda filha. Sei que com ela estão bem.
O pai do meu marido também gosta deles, mas tem mais dificuldade de demonstrar afectos.
Os meus já não os tenho comigo, por isso o relacionamento já não é possivel mas tenho uma sensação estranha por vezes em relação aos afectos avós/netos. Só espero enquanto mãe saber gerir esses sentimentos, essas situações.

1 comentários:

Tia São disse...

Em termos de avós eu tive de tudo... o meu Avô Manel vivia separado da minha avó Teresa mas não sei bem porquê sempre senti que ele gostava de mim. O meu Avô João tinha sempre um sorriso na cara, enquanto que a minha Avô Piedade passava o tempo a torcer-me o nariz e a fazer questão de salientar que gostava mais das outras netas do que e mim, enquanto isso ele ia ao armário tirar o melhor queijo e o melhor presunto que tinha guardado para por em cima da mesa! E claro a minha Avô materna, Teresa de seu nome, que foi o meu grande alicerçe, a que mais influenciou a minha maneira de ser e estar na vida! Os avós são muito imnportantes, apesar de nem todos saberem bem ser avós... a nós mães e pais, resta-nos incentivar o convivio, mostrar aos nosssos rebentos que bons ou maus os avós são parte importante no crescimento deles, e rezar para que tudo corra pelo melhor! :-)

 

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