segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mais uma semana

Mais uma semana começa, com muito trabalho e que se prevê cansativa. Mesmo assim ainda bem, adoro  o fim-de-semana para estar com os meus filhos, mas são tantas as coisas a fazer que sinto estar a roubar-lhes o tempo, a não prestar a devida atenção.
Prefiro a semana, tenho outros afazeres, outras desculpas. O problema não são eles, sou eu. São dois dias que tenho de lidar comigo, tenho mais tempo para tal e preciso de não ter.
Sei que tenho de olhar para mim, para dentro e tomar decisões. Elas estão tomadas, o pior é praticá-las. Vão alterar formas de estar, comportamentos adquiridos, mas são 34 anos e começo a ficar farta.
Não estou a falar do peso, esse é um consequência de várias situações/comportamentos. Não estou a falar de olhar para o espelho e não gostar de mim, já há algum tempo me comecei a aceitar como sou. Gosto dos meus caracóis, gosto dos meus olhos castanhos grandes, gosto das minhas mãos, adoro ter as unhas bonitas e tratadas, adoro dentes brancos e faço os possíveis para se manterem o mais branco que dá.
Não gosto dos meus 90 kilos e do que lhe está associado. Não, não gosto. Sei que tenho de lidar com eles, e que se for persistente chegarei lá. Mas até lá não me vou martirizar, vitimizar, matar porque não ando de bikini, paciência.
O problema é outro, vem de dentro, está cá dentro. Vem de me levantar, metaforicamente falando, de fazer os outros aceitarem que cresci, que estou aqui, que tenho sentimentos, que tenho ouvidos para ouvir e ombro para chorar mas que isso não lhes dá o direito de dizerem tudo o que querem, de me usarem como saco de pancada quando mais ninguém está por perto, ou porque está alguém por perto; ou porque este saco não refila, não responde, não resmunga, aceita, acata, perdoa sempre e mais uma vez. Fazer entender que não sou só eu que tenho de dizer amo-te todos os dias, também tenho de ouvir todos os dias. Que quero que me façam sentir desejada e querida.
O problema é que os outros são demasiado importantes, podem demais e eles sabem disso. Sabem exactamente como me dar a volta, sentir que afinal não é bem assim, macacos da minha cabeça.
O problema é que recalco e depois volta em força. E depois choro sem razão nenhuma em momentos dispares. E depois sinto-me pequenina, sozinha, triste, sem ninguém, sem forças para nada.
O problema é que o problema não se resolve facilmente, envolve pessoas demasiado importante e tenho medo e isso dói, cansa e tira a vontade de tudo menos de desistir. E faz-me sentir feia e .
Esse é que é o problema.

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